Qual é o jogo por trás do jogo?

Planning News | Edição #018

Escolhi o título da edição de hoje pensando nessa coisa “invisível” que a gente não vê, mas é o que sustenta o todo.

Eu particularmente amo trazer o conceito de second level thinking pro meu dia a dia e quando ouvi a frase:

 “Qual é o jogo por trás do jogo?” ela se conectou com algo que já tem dentro de mim e aí acende aquela faísca, sabe?

Onde parece que coisas se conectam dentro da gente e trazem um certo tipo de impulso e curiosidade.

Essa frase veio do Vinicius Possoben em uma das nossas conversas, ele é cliente da consultoria do Planning is Cool há quase 2 anos e tem um master mentoring, eu fui chamada pra palestrar lá nessa quinta-feira 20/08/25 e falei sobre OKRs para empresários do digital.

Participei dos 2 dias de evento, ouvi muitas coisas e é muito interessante estar em lugares como esse aprendendo com pessoas que começaram um negócio digital há mais de uma década, com excelentes resultados e hoje faturam mais de 10 milhões no ano.

Quero compartilhar nessa edição hoje alguns insights e reflexões que esses dias geraram, o legal de ir num evento é que a gente sempre volta com a cabeça cheia de informações e bom, qual o melhor lugar pra esvaziar a mente e organizar as coisas do que a edição dessa newsletter? 🤓

Assim organizo as coisas enquanto escrevo, mas também transformo num conteúdo útil e vivo que também possa fazer sentido pra você que está lendo agora.

Um fato curioso é que eu não vou compartilhar só os insights do evento, mas trazer também sobre o jogo por trás do jogo e como a minha mente processa essas informações e transforma em aprendizados, é aqui que os “pontos se conectam” e de alguma forma fazem sentido.

Continue lendo pra ver 15 insights, reflexões e aprendizados sobre os 2 últimos dias:

A lente do second level thinking

Traduzindo: pensamento de segundo nível.

Eu citei esse termo no início da news e quero te contar que é um conceito que eu trago comigo desde 2021.

Eu sempre fui o tipo de pessoa que busca enxergar o que os outros não enxergam, ver além do óbvio, analisar o todo, buscar as coisas invisíveis sempre me atraiu mais por alguma razão que eu não sei explicar.

“O amor é como o vento, eu não posso ver mas posso sentir.”

A Walk to Remember, 2002

Essa frase é do filme Um Amor para Recordar, que eu assisti quando era criança porque minha irmã adolescente amava e assistíamos juntas várias vezes quando o filme estava disponível na locadora hahaha 😅 ahhh, bons tempos!

E ali foi quando eu entendi que aquilo que eu não vejo mas sinto é o que guia o todo de quem sou.

É o invisível que move o que nós enxergamos.

É do invisível que as ideias vem, é de dentro da gente que nascem as coisas que mudam o mundo. Logo, o mistério que mais me fascina são: pessoas e o sentir.

E isso é o principal pra mim, inclusive no gerencimento de projetos e tudo que é criado no mundo.

Antes de 2021 eu costumava dizer que “eu quero enxergar o que os outros não enxergam”, aí fui para um evento do Grupo Primo, nós estávamos negociando o início de um projeto pro Planning mapear toda parte de processos de lançamento deles.

Evento em 2021 que participei

E numa palestra do Thiago Nigro, ele apresentou o conceito de second level thinking (pensamento de segundo nível) e sabe quando você escuta alguém explicando algo e pensa “nossaaaa, existe um conceito e um nome pra uma coisa que eu fazia e não sabia como apresentar”.

E aí entendi que essa coisa do invisível que sempre me atraiu se encaixava perfeitamente naquilo que o Thiago estava falando.

É louco porque tem coisas que a gente escuta e parece caber como uma luva feita sob medida e nisso a gente vai compondo mais repertório pra saber quem somos e o que valorizamos e como nos apresentamos ao mundo também.

O conceito do second level thinking é o seguinte:

É a prática de ir além do pensamento óbvio (de "primeiro nível") e buscar consequências, implicações e cenários alternativos de uma decisão ou análise.

Pensamento de primeiro nível: é superficial, rápido, intuitivo.

Ex.: “A empresa X está crescendo, então vou investir nela.”

Pensamento de segundo nível: é mais profundo, exige questionamento, análise de efeitos em cadeia.

Ex.: “A empresa X está crescendo, mas será que esse crescimento é sustentável? O mercado já precificou isso? Quais riscos estão escondidos? O que os outros investidores não estão vendo?”

Em resumo: é a diferença entre reagir ao que parece óbvio e pensar de forma estratégica, considerando variáveis e consequências futuras.

O termo foi popularizado por Howard Marks, cofundador da gestora Oaktree Capital Management, em seu livro The Most Important Thing: Uncommon Sense for the Thoughtful Investor (2011).

Marks não inventou a prática de pensar com profundidade (filosofia, estratégia militar e economia já exploravam isso há séculos né), mas foi ele quem “apresentou” o conceito moderno de second level thinking aplicado a investimentos e tomada de decisão empresarial que o Thiago compartilhou no evento.

Second level thinking (o pensamento de segundo nível) é sobre questionar, conectar pontos, antecipar movimentos, é tipo quando a gente tá jogando xadrez e ao invés de só olhar pra peça que você vai mover agora tentar enxergar as próximas jogadas, sabe?

E second level thinking é uma das lentes que eu uso pra ver o mundo =)

Vou te apresentar a outra lente agora:

A lente da realidade

O espelho sempre mostra a realidade pra gente (quando a gente se vê).

Essa é uma outra perspectiva que eu uso pra enxergar o mundo junto com second level thinking e vou falar dela aqui agora porque é comum quando a gente participa de um evento sentir vontade de sair fazendo mil coisas depois.

Mas o ponto é: muita gente faz muita coisa legal, mas não cabe pra nossa realidade.

Não dá. Não cabe.

A realidade do outro não é a sua.

O contexto é diferente, os recursos são diferentes e antigamente na minha imaturidade eu pensava que eu não era boa o suficiente por não conseguir aplicar tudo o que eu tinha vontade de fazer.

Fui vivendo, amadurecendo e percebendo que a frase que minha mãe dizia era verdade “Duda, você não é todo mundo.”

Realmente, não sou. E que bom que somos únicos!

E nem faz sentido me comparar com a realidade do outro que não é a mesma da minha.

Maaaaaas, posso usar isso pra me mostrar caminhos que talvez eu não estivesse enxergando até o momento e entender como encaixar isso naquilo que faz sentido e cabe dentro das minhas possibilidades.

Sempre busco ir de mente e coração abertos para ouvir novas perspectivas mas usando essa lente e o filtro do questionamento!

Essas duas lentes com o filtro do questionamento são regras básicas para mim.

Eu diria que é meu jeito de pensar e existir…

Eu amo essa frase, ela foi dita por René Descartes, um filósofo, físico e matemático francês do século XVII.

Descartes acreditava que a única coisa da qual a gente não pode duvidar é o próprio ato de pensar.

Mesmo que tudo ao redor seja questionável, o fato de eu estar aqui, pensando sobre isso, já é prova da minha existência.

No fundo, é uma lembrança de que quando paramos para refletir (em vez de só reagir) nos conectamos com o que é mais essencial: a consciência de estar vivos.

E por qual razão eu tô escrevendo sobre essas duas lentes e o filtro?

Porque isso é o jogo por trás do jogo que eu jogo.

É assim que eu penso nos movimentos, é assim que eu escuto e interpreto as informações.

É assim que eu trabalho, é assim que eu vivo a minha vida.

Questionar é essencial, sem esse filtro você só vai mas antes de ir é preciso entender pra onde você tá indo.

No palco, quando falei sobre OKRs para líderes que querem escalar no digital, foi isso que tentei trazer: a importância de sair do piloto automático e aprender a pensar no “depois do depois” e construir um caminho sustentável pra isso, com clareza, direção e estrutura.

Porque é esse raciocínio que dá clareza para planejar, liderar e, no fim das contas, viver com mais consciência.

Me fez refletir muito sobre o que fazemos no Planning is Cool: não é só criar processos ou organizar projetos.

É justamente ajudar líderes e empresas a não ficarem presos no pensamento raso. A abrir espaço para o que vem depois usando essas duas lentes e o filtro do questionamento.

Dito isso, que é o meu jogo por trás do jogo vou apresentar agora alguns dos aprendizados, insights e reflexões dos últimos 2 dias.

15 Lições aprendidas, insights e reflexões

Eu e Vini falando sobre o jogo do longo prazo

Empresas que faturam mais de 10 milhões no digital são conduzidas por pessoas que tem alguns pontos em comum:

  1. Elas focam em lucro e não são iludidos com faturamento porque enxergam o todo e já sabem o que ter uma empresa significa: é a última linha do DRE que mostra a realidade, não o número do faturamento nas redes sociais.

  2. São pessoas que jogam o jogo do longo prazo, com visão de futuro, estratégia, planejamento e ação. Tem uma intenção por traz de cada movimento e eles sempre falam do futuro, pra onde estão indo.

  3. Elas defendem a gestão como base, premissa pra escala. Já entenderam que sem gestão e sem processos claros, mapeados e vivos no dia a dia uma empresa não sustenta um crescimento de longo prazo. Inclusive, a maioria diz que gostaria de ter começado a perceber a importância disso antes #ficadica

  4. Elas colocam pessoas e resultados no centro. O time e os clientes, eles querem todo mundo tendo resultados, se importam de verdade com a transformação na vida das pessoas e estão buscando sempre uma forma de mensurar isso pra validar hipóteses e saber como melhorar.

  5. Elas pensam em branding, em posicionamento de marca e não só marketing e estratégia mas no território que essa marca vai ocupar na mente das pessoas: como vamos ser vistos pelo mundo?

  6. Elas investem em educação e buscam continuamente o conhecimento, contratam consultorias, mentorias, cursos e treinamentos para si e para sua equipe, tudo em busca de mais clareza, organização, estrutura e lucro (e é aqui que o Planning is Cool entra).

  7. São pessoas questionadoras, estudiosas, curiosas e que principalmente: assumem com frequência o quanto ainda não sabem e que estão aprendendo, não se colocam como donos da verdade mas muito mais como “cientistas de estratégia”.

  8. Eles enxergam o negócio como um todo e tem muita clareza da sua missão e seu porquê.

  9. São pessoas atentas ao cenário atual, olham o contexto, acompanham tendências, política, buscam entender sobre comportamento das pessoas, tecnologia e sobre o que tá rolando no mundo.

  10. TODAS sem exceção querem mais organização, eficiência e precisam de líderes que saibam como tirar ideias do papel. Sobra ideia e falta tempo e talento pra transformar estratégia em ação.

  11. São pessoas que cuidam da saúde mental, física, social, espiritual e valorizam tempo de descanso e com a família e estão sempre buscando ser a melhor versão de si mesmas.

  12. Elas leem constantemente, gostam de livros, são pessoas questionadoras e, muitas vezes, têm um posicionamento mais firme, com ideais bem definidos e claros. Sempre defendem uma bandeira (posicionamento).

  13. Gostam de compartilhar conhecimento, já testaram tempo o suficiente pra saber o que pode trazer impacto pra dentro de negócios, sempre tem uma metodologia e um passo a passo que leva as pessoas a terem resultados.

  14. TODAS sem exceção tem centenas de depoimentos e cases de transformação, eles mostram o resultado ao invés de só falar sobre ele. Tem evidências claras, palpáveis e sólidas.

  15. São humanos, cansam, choram, sentem, tem vontade de desistir, precisam se esforçar pra criar algo que sustente o todo e precisam de pessoas em quem possam confiar, elas pagam o preço que for pra terem mais paz mental e resultados.

Bom, esses 15 pontos são a soma de todas as coisas que eu ouvi e me mostraram oportunidades, isso se conecta diretamente com aquilo que eu faço e em eventos eu sempre investigo e ouço atentamente pra entender percepções, experiências e descobrir necessidades que podem abrir portas para aquilo que eu faço.

Cada item desse se conecta com algo que foi apresentado e eu compartilhei essas lições com você hoje com a perspectiva de: como nós podemos criar soluções para essas pessoas?

Quando eu trago isso para o Planning, eu entendo mais sobre o tipo de perfil que queremos atender aqui.

Pessoas dedicadas, comprometidas, que jogam um jogo do longo prazo que entende que o resultado no final é consequência do que vem antes do jogo em si.

O que importa é o que acontece nos treinos, nas estratégias, ou “no campo de batalha” como diz meu amigo João.

É no dia a dia, a soma de tudo que é feito diariamente resultado no score que aparece no final dos meses e anos.

Isso é o second level thinking se mostrando na prática e me mostrando oportunidades.

E eu escrevo isso hoje pra você com a intenção de mostrar o tipo de oportunidades que podem existir para que você como profissional conheça mais o mercado digital e sobre como funciona “o jogo” pra quem fatura mais de 10 milhões por ano.

Por trás de toda empresa, existe uma pessoa, que também sonha, que também tem medo, que erra, que carrega uma responsabilidade sinistra e uma vontade de fazer acontecer gigantesca.

Do Insight à ação

Eu na rodoviária de Florianópolis começando a escrever a edição dessa news

Eu quero te convidar a aplicar as duas lentes e o filtro que eu apresentei essa semana de forma mais intencional.

  • A lente do second level thinking

  • A lente da realidade

  • O filtro do questionamento

E claro, uma dose extra de escuta ativa e interesse genuíno em resolver problemas e melhorar a vida das pessoas.

É isso que me ajuda a conectar os pontos e entender o que eu posso fazer no agora.

Escute para aprender e aplicar sim, esteja sempre atento(a), saia do centro e coloque o seu cliente e seu time sempre no centro.

Usando essas lentes e o filtro, você começa a ouvir pensando em como pode criar e em como pode aprender com essas pessoas mas também entendê-las melhor.

Nos eventos que eu vou ou em reuniões ou qualquer oportunidade de troca com outro alguém eu sempre busco estar atenta ao que o outro quer e deseja e como eu posso contribuir com o que sou e faço.

O propósito do que fazemos no Planning é desenvolver pessoas que criam soluções pra melhorar o mundo e eu quero de verdade que isso seja sempre o que nos motiva aqui.

Eu acredito num futuro digital mais organizado, acredito em empresas mais maduras e sólidas, em empregos e oportunidades onde futuros também são transformados e existe espaço para uma evolução e aprendizado coletivo.

E para criar, o primeiro passo é ouvir.

É isso que move o jogo de quem avança: criar e servir.

Espero que tenha gostado da leitura de hoje, não esquece de deixar seu voto e comentário porque isso é bem importante para o engajamento da newsletter e é uma forma de você apoiar o meu trabalho aqui também 💙

Te encontro no próximo domingo às 08h08, até lá, desejo uma semana incrível pela frente, onde nossas mentes e corações estejam abertos para as oportunidades que a vida poderá nos apresentar.

Esteja atento(a). E vá no seu tempo.

Escute as pessoas, respira, desacelera. Busque oportunidade e crie um plano viável =)

Entenda o que cabe no seu tempo.

Ahhh, tenho uma novidade: em setembro vai pro mundo a comunidade do Planning is Cool.

Nós estamos fazendo uma pesquisa com pessoas interessadas pra ajudar a gente a construir um espaço útil e que faça sentido pra quem quer fazer parte.

Se você quiser me ajudar respondendo essa pesquisa, vai ser ótimo. O bom disso é que eu também vou saber que você tem interesse e te mandar conteúdos exclusivos sobre o assunto.

Fica tranquilo(a) que se você não clicar, não vou te mandar nada sobre a comunidade, tá? É realmente só pra quem tem interesse.

Tô naquela fase gostosa e desafiadora de pensar no produto primeiro e aí construir e depois colocar isso no mundo, mais um projeto e assim sigo block by block criando coisas que eu acredito e agregam valor pro mundo 🌍

E bora seguir, com intenção e ação, uma linda semana pra gente! 🙏

Com afeto,

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