O antídoto para falta de clareza

Planning News | Edição #024

Eu e Analu na reunião de sexta :)

Passei os últimos 10 dias vivendo dentro de um parquinho de diversão chamado planejamento estratégico.

Nesse parque tinham vários “brinquedos”, a montanha russa, o tiro ao alvo, a sala dos horrores, o carinho bate-bate, mas também tinha o carrossel e brinquedos mais leves!

Eu me senti em todos eles nos últimos dias.

Foram horas e horas sentindo, pensando, analisando e conversando sobre OKRs, objetivos, resultados, iniciativas, projetos, processos, indicadores, pessoas, contextos…

Esse é o meu parquinho de adulta que eventualmente me faz sentir um pouco criança com aquela emoção de descobrir o mundo, sabe?

Se deixar, eu passo dias, horas aqui.

Não nego que é minha zona de interesse e de "desconforto confortável", por isso, muitas vezes tenho que tomar cuidado e me lembrar que o excesso de planejamento mata a execução.

Planejar é importante, mas sem execução o planejamento fica morto.

Sabe, as palavras que eu mais repeti nos últimos 10 dias foram: planejamento estratégico e OKRs, então, seria impossível escrever sobre outro tema hoje.

Acredito que muito pelo momento que estamos atravessando, final de Q3, início de Q4, esse convite a olhar pra frente e responder: que vida eu quero viver? Que resultados eu quero alcançar ainda em 2025 e depois?

Hey! Calma! 🫂

Vamos voltar pra cá, estamos em outubro de 2025, início do último trimestre do ano e sim 2026 já está batendo na porta e nós e os clientes já estamos pensando no próximo ano e em nossos objetivos.

Mas estamos aqui e agora.

Por isso, hoje escolhi trazer minha perspectiva sobre planejamento aqui nessa edição.

Na sexta-feira agora (03/10/25) eu estava com a Analu, que trabalha comigo aqui no Planning desde 2021 e nós estávamos fazendo o planejamento estratégico de comunicação do trimestre e ela me disse:

“Nossa, eu me sinto literalmente conectando os pontos.”

E era exatamente isso.

Estávamos fazendo uma análise crítica dos OKRs para escolher os resultados-chave que teriam impacto no nosso plano de comunicação do trimestre.

Um processo que está em melhoria com o apoio do time do Planning e vamos testar algo diferente nessse quarter.

Planejamento é, de certa forma, um exercício de “conectar pontos” e isso dá mais paz e mais clareza!

Foram dias imersa nisso, mas hoje meu coração está em paz porque eu tenho mais noção do que priorizar e das coisas que irão caber dentro da nossa realidade nesse trimestre.

É por isso que defendo que o planejamento é um antídoto contra o stress, a falta de clareza, incertezas, medos e dúvidas.

O planejamento nos dá direção, nos traz paz e o mais importante de tudo: nos revela a verdade sobre nossas intenções.

Mas, como fazer um planejamento?

A matemática (impossível) do planejamento

Meme Narazé confusa. Fonte: Wikipedia

Tem gente que diz que planejamento não funciona. Eu sempre me pergunto: com base em que essa pessoa está afirmando isso?

Fico curiosa. Confesso.

Normalmente, são as mesmas pessoas que ainda buscam por soluções prontas, aquelas que acreditam em atalhos e certezas.

Mas a verdade é que planejar não tem fórmula, tem método e no final tudo é uma incerteza.

Eu até poderia simplificar dizendo que, na minha cabeça, a “fórmula do planejamento” é assim:

Planejar (análise de dados + definição de possíveis futuros) + Executar (testar) + Medir (validar) = Resultados (aprendizado).

Bonito, né? Parece até matemática.

Mas o planejamento não é uma ciência exata é mais como uma ciência viva.

Enquanto a matemática trabalha com verdades universais, o planejamento lida com contextos.

Enquanto a equação sempre chega ao mesmo resultado, o plano depende de pessoas, timing, Zeitgeist, recursos e uma boa dose de imprevisibilidade!

É por isso que, mesmo quando a conta não fecha na planilha, ela pode fazer todo sentido no tempo.

Porque o planejamento não é sobre controle. É sobre direção.

E direção, diferente de certeza, é algo que se ajusta ao longo do caminho: com método, clareza e coragem pra recomeçar e reajustar a rota sempre que necessário.

E é justamente aí que mora a beleza e o desafio de planejar.

A arte de não se perder no próprio caminho

Foto Instagram
_dharmalog com frase da Clarice Lispector

Planejar é criar caminhos e por mais louco que pareça eu amo a frase da imagem acima, da Clarice Lispector.

Que se perder também é caminho

Na vida a gente vai passar por esses momentos de “eu tô perdido(a)” e inclusive quando eles surgirem o planejamento aparece como uma opção o que pode nos ajudar a sair de um ponto A e alcançar o ponto B.

A vida é feita de ciclos e o planejamento também.

Mas, o que é planejamento, afinal? E o planejamento estratégico?

O que eu defendo e acredito: o planejamento é um ato criativo.

Planejar, no sentido mais simples, é pensar antes de agir.

Planejar faz parte da nossa natureza humana e a gente faz isso o tempo todo, mesmo sem perceber, quer ver?

  • Quando você decide que roupa vai usar.

  • Quando você pensa no que vai jantar amanhã.

  • Quando você planeja uma viagem ou o que precisa comprar no mercado.

Planejar é, antes de tudo, um modo de pensar. Todos nós planejamos inúmeras coisas todos os dias.

É a tentativa humana de transformar incerteza em direção.

A palavra planejamento vem do latim planus, que significa “plano, superfície nivelada” e é daí que vem a ideia de tornar algo plano, organizado, previsível, compreensível, ou como gosto de chamar: criar caminhos possíveis.

Se planejar é pensar antes de agir, planejamento estratégico é pensar de maneira estratégica antes de agir.

E o que é estratégia?

No mundo antigo, especialmente na Grécia e em Roma, estratégia era o ato de conduzir um exército em direção à vitória.

Não era apenas sobre lutar, era sobre pensar antes de lutar.

O estrategista era aquele que observava o terreno, analisava o inimigo, entendia o contexto e, com base nisso, definia o melhor caminho para vencer a batalha.

Vou deixar a indicação de um livro aqui que pode ser bem interessante sobre o assunto caso você queira se aprofundar:

Com o tempo, esse conceito foi sendo levado pra outras áreas, primeiro pra política e depois pros negócios mas a essência continuou a mesma: estratégia é a arte de usar recursos limitados pra alcançar objetivos maiores.

Peter Drucker (o pai da administração moderna) diz que “estratégia é a forma como você transforma intenção em realidade.”

Eu amo essa frase, porque eu amo a palavra intenção e a simplicidade dela.

E é curioso pensar que, séculos depois, a gente volta a viver um momento parecido só que ainda mais complexo.

O mundo está novamente incerto, com guerras acontecendo, tudo muito acelerado, com o boom da inteligência artificial e soluções rápidas e razas.

A diferença é que agora, além das mudanças climáticas, econômicas e políticas, temos a velocidade absurda da tecnologia, da inteligência artificial, dos novos comportamentos de consumo e da forma como as pessoas se relacionam com o trabalho e umas com as outras.

Estamos na era do "queremos tudo pra ontem” e isso está deixando milhares de pessoas doentes, não é a toa que existem movimentos acontecendo pensando no ambiente de trabalho e o cuidado com a saúde mental das pessoas.

As empresas do digital, que nasceram com base na criatividade, na flexibilidade e na inovação estão percebendo que crescer sem estrutura tem um preço alto: o da sanidade.

Hoje, mais do que nunca, as empresas precisam amadurecer a forma como planejam e executam.

Precisam entender que planejar não é engessar, é criar clareza e construir um espaço de crescimento saudável que não custe a sanidade das pessoas.

E é exatamente aí que entra o planejamento estratégico, inclusive, olhando para pessoas.

Planejar é o antídoto para falta de clareza

Clareza não nasce do acaso, ela é construída no dia a dia, com o tempo #BlockbyBlock como falamos aqui no Planning is Cool.

E o planejamento é o antídoto contra a confusão, o improviso e o cansaço de quem vive apagando incêndios.

Isso é uma das coisas que fazemos na nossa consultoria. Vou inclusive deixar um vídeo aqui, que é um videocase que publicamos essa semana:

É a história real de um cliente que nos contratou para melhorar o processo de planejamento estratégico usando OKRs e Notion dentro da empresa dele.

Eu recomendo assistir, principalmente com um olhar de entender sobre a paz mental que ele fala e a clareza, o que isso mudou no dia a dia da equipe? E na vida dele?

Isso vale especialmente para o mercado digital, onde a velocidade é quase um vício.

Correr sem método é o mesmo que estar perdido: parece progresso, mas é só exaustão.

E exaustão não é sustentável no longo prazo.

As empresas que vão prosperar nos próximos anos serão aquelas que entenderem que planejamento estratégico não é um evento, é um processo contínuo.

Ele não acontece uma vez por ano, ele vive de ciclos, dentro da rotina, nos rituais, nas decisões do dia a dia.

Planejar é o que conecta o agora com os futuros.

E, sinceramente, eu tenho sentido isso na pele: a diferença é absurda!

E é aí que está o ponto de virada.

Porque planejar é o que transforma boa vontade em resultado, energia em estratégia, esforço em progresso sustentável (e real).

“If you fail to plan, you are planning to fail"

Benjamin Franklin

Se você falha em planejar, está planejando falhar.

Uma verdade que a gente eventualmente ignora 🥲

A pergunta “óbvia” que guia tudo

Planejamento estratégico, no fundo, começa com uma pergunta que parece simples demais mas é justamente por ser simples que às vezes esquecemos dela:

Onde a gente quer chegar?

Essa pergunta muda tudo. Porque ela dá direção.

(Alice no País das Maravilhas — Lewis Carroll)

"Se você não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve”

Por isso, a primeira resposta que você precisa ter dentro da sua empresa e sobre o seu negócio é:

  • Pra onde estamos indo?

  • Qual é a direção?

  • O que queremos alcançar?

  • Quais são os nossos objetivos?

Sem direção não vai existir clareza de movimento e intenção, só vai existir um time sobrecarregado e muitas vezes frustrado porque não sabe se está indo na direção certa ou não.

E é depois inclusive que o resto vem, estratégia de marca e marketing, mas antes é preciso entender o negócio.

Depois de saber a direção do negócio, é hora de pensar nos caminhos…

Como fazemos o planejamento estratégico aqui no Planning is Cool?

Aqui no Planning, nós estamos usando uma metodogia chamada OKRs.

Construímos um sistema de gestão por OKRs no Notion e hoje essa é a bússola do nosso negócio.

OKR é um framework simples de gestão para transformar objetivos em resultados mensuráveis, alinhando pessoas e times em direção ao que realmente importa.

Objective (objetivo) → o que queremos alcançar?

Key results (resultados chave) → como vamos alcançar?

"Objetivo é a direção.

O resultado-chave é aquilo que no final tem que responder: alcançamos ou não? é sim ou não, simples"

Andy Grove

Objetivo inspira, KR mede.

Essa forma de pensar foi criada por Andy Grove, ex-CEO da Intel, e difundida por John Doerr, que escreveu o livro “Measure What Matters” (em português, Avalie o que Importa).

Já li esses 2 livros:

Vou deixar os links aqui pra você:

Existem vários materiais sobre OKRs, mas eu recomendo muito o site whatmatters.com e também esse vídeo no YouTube do John Doerr, que explica de maneira simples a lógica por trás dos OKRs.

Compartilhei com você as fontes que eu consumo conteúdo sobre OKRs e estudo, mas como vivemos isso na prática aqui?

  1. Empresas nos contratam para fazer planejamento estratégico usando OKRs

  2. Usamos OKRs dentro do Planning pra poder viver/sentir na prática, ganhar mais experiência e continuar aprendendo pra agregar mais valor para os nossos clientes também

Pra nós é importante compartilhar sobre o que vivemos, eu não quero vender coisas que eu não vivo e não acredito.

Isso torna inclusive o processo de criar conteúdo muito mais simples e prazeroso, são de coisas que eu tô vivendo, atravessando, descobrindo, tô sentindo na pele.

E é muito mais fácil falar sobre o que se vive e essa newsletter é justamente pra isso: pra compartilhar meu laboratório de experiências e aprendizados com você também.

É por isso que eu quero te mostrar (e não só falar) sobre como na prática a gente faz isso aqui dentro do Planning. Olha só:

No print ali de cima, eu te mostrei a página de OKRs do Planning, ali você vê:

  • Painel com status dos OKRs → pra gente acompanhar semanalmente e com gráficos e dados que mostram a verdade sobre nossos resultados.

  • Objetivos → pra gente nunca esquecer dos nossos objetivos do trimestre, é isso que está movendo a empresa, é isso que queremos realizar.

  • Resultados-chave → o que precisamos fazer para alcançar nossos objetivos? quais resultados-chave nos aproximam de onde queremos chegar? como vamos medir isso pra saber se estamos chegando?

  • Iniciativas estratégicas → pra que os resultados-chave sejam alcançados, o que precisamos fazer? quais projetos irão existir? quais atividades estratégicas?

    • Projetos → é o que tem começo, meio e fim com um objetivo no final que contribui para o KR de forma direta.

    • Atividades → ações isoladas que por si só já agregam valor e contribuem para o KR de forma direta também.

E isso das iniciativas inclusive é um ponto interessante porque abre espaços pra gente se responder: isso que eu tô fazendo, tá contribuindo para os OKRs?

É assim que a gente mede, é assim que nos organizamos pra ter mais clareza do que é feito no dia a dia.

Não tem um “segredo”, não tem uma “fórmula” tem:

  • Método → OKRs

  • Processo → de planejamento estratégico

  • Organização das informações → um sistema 100% adaptado pra nossa realidade dentro do Notion

  • Rotinas e acompanhamento → são os rituais e as rotinas que garantem que o processo seja vivo, a gente não registra e esquece, a gente registra e acompanha pra medir.

  • Aprendizados e repetição → todo trimestre aprendemos com o que passou e repetimos o ciclo de planejamento com OKRs seguindo nosso processo.

É mais do mesmo a cada trimestre, é simples, é intuitivo, funciona e se provou no tempo com milhares de empresas ao redor do mundo usando.

E 99% das vezes na vida é sobre fazer o feijão com arroz bem feito, a gente não precisa reinventar a roda, é só seguir o processo.

Preencher o sistema/planejar é a parte mais fácil, mas e fazer ele ficar vivo? útil? acessível? simples e funcional? pra isso, também é só seguir o processo:

Internamente, seguimos esse checklist.

É o suficiente pra todo mundo entender o caminho e como funcionam os OKRs na prática (e mesmo tendo o caminho, é difícil).

Para definir os objetivos e resultados-chave, primeiro a gente precisa fazer uma análise de contexto, analisar dados, o momento atual do mercado, olhar pra dentro e pra fora.

Fazer pesquisas e olhar para os indicadores que mostram a saúde da empresa, conversar com as pessoas envolvidas e pensar junto escolhendo o que é melhor pra empresa e o que o negócio e as pessoas precisam.

Depois de cadastrar os OKRs, a gente define as iniciativas, que são os projetos ou atividades que precisam acontecer no trimestre pra “mexer no ponteiro” dos KRs, que quando alcançados, nos mostram que atingimos o nosso objetivo.

Como o Andy Groove disse, KR responde ‘sim ou não’, é simples. Se eles forem alcançados o objetivo foi alcançado, se não, não.

OKRs são a nossa bússola, quando a gente tá perdido(a) é só olhar pra eles.

Do Insight à ação

Se eu pudesse te deixar só com uma coisa depois dessa leitura, seria isso: não espere o “momento ideal” pra planejar.

Planeje mesmo com dúvidas, com medo, com o coração batendo mais rápido.
Porque planejar é escolher acreditar que o futuro pode ser melhor e que você tem influência sobre ele.

Essa semana, te convido a escolher um pequeno pedaço desse futuro.

Um projeto, uma meta, uma ideia que você vem empurrando.

Escreve. Dê nome a ela.

E faça uma única coisa pra colocá-la em movimento.

Porque o planejamento não é sobre prever o amanhã, é sobre construir um caminho possível a partir de hoje.

Se você quiser se aprofundar mais sobre OKRs, tem vários materiais que deixei ao longo dessa edição.

Mas sabe, não quero que você sinta que “tem que” seguir um método, comece do jeito que você sabe ou consegue.

O ir faz o caminho.

C.S.Lewis.

Planejar é um ato criativo, ele também contribui pra nossa saúde mental, dando mais clareza, mais segurança e mais verdade sobre a lente com a qual a gente escolhe olhar para a vida.

E mesmo que essa lente mude, que nunca nos falte intenção, porque a intenção é o combustível do planejamento.

E na dúvida, segue a “fórmula”:

Planejar (análise de dados + definição de possíveis futuros) + Executar (testar) + Medir (validar) = Resultados (aprendizado).

Desejo um excelente trimestre pela frente e que seus planos sejam vivos!

Nos vemos na próxima semana 💙

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