• Planning News
  • Posts
  • Até quando você vai confundir esforço com estratégia?

Até quando você vai confundir esforço com estratégia?

Planning News | Edição #028

Você já se sentiu um hamster correndo numa rodinha? Aquela sensação de estar exausto, mas sem sair do lugar?

Com essa aceleração do mundo, é muito fácil construir a nossa própria roda e chamar isso de vida produtiva.

Imagem iStock

A gente inventa tarefas, se enche de projetos, ocupa cada minuto e de repente está cansado(a), sem energia e com a sensação incômoda de que nada realmente está do jeito que a gente gostaria…

E isso no final do dia tem um preço:

"A vida não vivida se transforma em uma sombra que nos consome"

Carl Jung

Eu não sei se você percebeu a potência da frase acima, se não, releia, reflita sobre ela.

Essa semana ela ecoou por aqui e precisei recalcular rotas, cancelar um OKR desse trimestre e pausar 3 projetos, depois de 1 mês com ele no radar e investindo tempo, recursos e energia por quase 3 semanas em reuniões e ações conectadas a isso.

Sabe o que eu falo sobre planejamento ser tipo um GPS? É isso, a direção continua a mesma mas às vezes o caminho precisa ser outro porque pode surgir um imprevisto no trajeto e é necessário recalcular a rota.

Foi isso que aconteceu e por mais contraditório que pareça eu fiquei feliz por isso.

Mas Duda, você perdeu quase 1 mês de trabalho, como pode estar feliz por isso?

Não. Eu não perdi, eu prefiro pensar que eu ganhei 1 mês de experiências e aprendizados que eu não vou encontrar em livros e cursos, tive lições vivas e que levarei comigo a partir daqui.

E sabe, eu também fico feliz por ter tido o interesse e discernimento orientado a mudar a situação, nem todas as pessoas conseguem conectar os pontos como eu faço e é por isso que meu trabalho é importante para empresas (inclusive dentro da minha), não só por conectar pontos relevantes mas por ter coragem de colocar luz nisso e falar de forma honesta sobre o que é de fato importante.

Eu tinha uma hipótese para esse trimestre, aí Outubro começou e essa hipótese não se mostrou uma boa ideia com o tempo porque a gente iniciou o projeto, testou coisas e estava faltando algo, tinha uma ponta solta, não estava se conectando com a nossa realidade de tempo e recursos e claramente não estava fazendo sentido, só que foi necessário passar por parte do processo pra chegar num lugar e perceber, é realmente não dá…

Mas, o que me fez olhar pra isso e mudar a rota?

Os dados contam a verdade que muitas vezes o nosso ego tenta esconder

Meme sobre dados, foto do Google

Os dados atropelam opiniões. Eles é quem contam a verdade.

O que me fez mudar a rota foi exatamente isso:

Os dados, foi analisando indicadores, fazendo projeções, as análises de contexto (tempo, recurso, energia, capacidade operacional da equipe atual, DFC) as conversas estratégicas…

E eis que vem a verdade nua e crua estampada na minha cara me mostrando que era necessário recalcular a rota porque números não mentem.

E contra dados, não há argumentos.

“Sem dados, você é apenas mais uma pessoa com opinião.”

William Edwards Deming

E é justamente aí que muita gente se perde, todo mundo quer ter uma opinião mas, baseada em que?

Qual é o fundamento disso? É muito fácil encontrar narrativas e criar histórias pra justificar o esforço, racionalizar o cansaço e sustentar decisões que já não fazem sentido.

Mas os dados… os dados são honestos, frios, diretos, eles são inegociáveis. Eles não precisam provar nada, apenas revelam o que a verdade é.

Muitos líderes confundem intuição com direção e acabam insistindo em projetos só porque “parecem uma boa ideia”, eu já fiz isso inúmeras vezes e vejo com frequência outras pessoas fazendo também.

Mas se 2025 tem deixado uma grande lição viva pra mim é essa: estratégia não é intuição isolada é intuição iluminada por evidência.

É a união entre o que sentimos e o que conseguimos comprovar, porque sentir é importante, mas só os fatos dão chão pro instinto caminhar.

É a estrutura que dá flexibilidade e abre mais espaços pra criar.

E é por isso que, quando olhei pros meus indicadores, não vi fracasso eu vi feedback.

Os dados não estavam me dizendo “você errou Duda”, eles estavam dizendo “hey, olha aqui, tem um jeito melhor de fazer 💙”.

E é nessa escuta atenta, presente e lúcida que a estratégia evolui.

E essa frase me atravessa porque é exatamente isso que diferencia esforço de estratégia. Opinião é emoção, é apego, é narrativa. Dado é lucidez. Ele mostra o que a gente não quer ver e é por isso que tanta gente o evita.

Olhar pros dados exige coragem e humildade, exige reconhecer que o nosso entusiasmo nem sempre é sinônimo de acerto. Exige aceitar que, por melhor que seja uma ideia, ela pode simplesmente não funcionar e tá tudo bem.

Os números não diminuem o nosso valor, só nos mostram onde estamos gastando energia demais pra colher de menos.

E esse é o tipo de confronto que separa quem quer estar certo de quem quer acertar.

E os dados vêm pra colocar luz nisso, pra nos lembrar que não é sobre provar um ponto, é sobre construir um caminho possível encarando a realidade e usando isso como combustível pra criar com mais intenção e ter melhores resultados.

É um convite pra olhar para aquilo que realmente importa dentro de uma empresa.

Hoje, é assim que eu os vejo e eles me ensinam que a verdade sempre liberta.

O difícil não é ter ideias é ter foco no que importa

Foto do Shutterstock

Eu sou uma pessoa super criativa e que ama criar caminhos, diariamente tenho dezenas de ideais e é muito fácil eu me emocionar e querer fazer tudo, mas a verdade é que não dá.

Nós não vamos conseguir fazer tudo o que queremos fazer. Vamos morrer antes de fazer tudo o que temos vontade porque a nossa essência é criativa e por isso é importante aprender a priorizar usando critérios que façam sentido para o nosso contexto.

E isso não é drama, só é um fato.

A gente só tem uma vida e tem as mesmas 24 horas sim mas nossos contextos mudam. Não vou entrar nesse ponto aqui, o que eu quero focar é que nosso tempo é finito, ele terminará e nossas ideias são infinitas enquanto estivermos em vida.

Só que no meio disso e mesmo tendo essa consciência minha mente funciona como um universo em expansão, tudo vira insight, conexão de pontos, projeto, narrativa, sistema e a sensação que tudo isso me dá é tão boa que eu preciso me chamar pra realidade pra não me perder horas criando novas coisas.

Acho que é por isso que eu amo tanto GTD, sistemas, planejamento e organização, porque me ajudam a encontrar um meio de organizar meus pensamentos e decidir com intenção, tendo clareza pra achar o que eu preciso e me dando mais espaço pra criar no dia a dia.

E talvez você se identifique com isso, aquela sensação de ter muitas ideias boas, mas sentir que, no meio delas, algo se perde. Porque o problema não é falta de ideias em si mas talvez a falta de critério pra saber o que merece sua energia e o que vai te aproximar dos resultados que você espera.

Criatividade demais também cansa, cansa porque é infinita e se a gente não se ancora em algo concreto, vive girando em torno das próprias ideias.

Se eu não me chamo pra realidade, minha mente vai embora. Cria mundos, mas esquece do chão. E é justamente aí que mora o risco: quando você tem muitas ideias, mas pouca estratégia pra decidir onde colocar energia.

Eu aprendi que só consigo fazer boas escolhas quando tenho clareza dos meus objetivos. E foi por isso que lá no início dessa newsletter falei sobre o GPS/planejamento onde a direção continua a mesma, mas o caminho pode mudar.

Sem direção clara, qualquer ideia parece boa. E é nesse ponto que muitos empreendedores se perdem: confundem criatividade com crescimento, só que ideia sem foco é só A ilusão da produtividade.

Ter ideias é fácil. Ter critério é o que muda o jogo.

E o critério nasce da clareza do que você quer construir, pra onde quer ir, e principalmente o que está disposto(a) a NÃO fazer pra chegar alcançar os resultados que você deseja.

O foco é no menos, não no mais até porque na minha humilde opinião produtividade é sobre fazer as coisas certas e não fazer coisas em excesso.

Eu falo isso de um lugar de quem já caiu nessa armadilha, já inventei projetos demais, já me envolvi em frentes que pareciam incríveis mas que não tinham nada a ver com os objetivos reais do Planning e aprendi da forma mais prática e dolorosa possível: não adianta ser criativa se a energia tá mal direcionada.

O que me ajuda a tomar decisões estratégicas no dia a dia?

Olha, se você está lendo essa newsletter saiba que eu demorei 5 anos pra aprender o que eu vou escrever aqui agora de forma consolidada pra você, tô te contando isso porque faz parte do meu amadurecimento como pessoa e empreendedora e de como estou construindo o Planning is Cool desde 2020.

E pra te dizer que aprendi isso de um jeito bem dolorido, não foi fácil. Custou tempo, energia e muito dinheiro investido em mentorias, cursos e prestadores de serviço e projetos mal-sucedidos.

Isso aqui é uma lição que eu quero levar pra vida e é um caminho que eu quero compartilhar porque sei da diferença que isso faz no dia a dia de uma empresa, mas não só isso, a diferença na minha vida também, em ter mais paz mental e clareza para saber como direcionar da melhor forma e minha energia, intenção e o meu esforço.

Fiz questão de te contar isso porque como eu queria ter lido essa newsletter 5 anos atrás quando eu comecei empreender…

O que dita as regras na hora da tomada de decisão estratégica no dia a dia até o momento (02 de novembro de 2025) são 6 filtros principais:

  • Análise de contexto (Zeitgeist, SWOT, ICP, recursos)

  • Missão do Planning

  • Visão do Planning

  • Valores do Planning

  • OKRs

  • DRE e DFC

Eu conhecia a todos mas só agora em 2025 eu sinto na pele a diferença de ter isso sendo algo vivo e realmente praticado.

Saber é diferente de fazer, antes eu sabia, agora, eu aplico isso e busco fazer o melhor que eu posso com o que já sei até que eu aprenda mais e faça melhor ainda.

Vou escrever uma breve explicação sobre cada um deles mas não vou poder aprofundar muito aqui porque cada um daria uma edição única para si. Meu foco então, vai ser em te contar como busco fazer isso na prática e porque eles importam pra ajudar a não confundir esforço com estratégia.

Aí, no final dessa edição você me conta se quiser que eu aprofunde em algum tópico, combinado?

Os 6 filtros do meu pensamento estratégico para tomada de decisões hoje são:

1. Análise de contexto

A análise de contexto é o que me ajuda a entender onde o Planning está pisando agora e pra onde o mundo está se movendo, aqui é o ponto de partida de toda decisão.

Busco entender que está acontecendo no mercado, quais movimentos estão acontecendo no digital? Que sinais estão surgindo nas empresas e nas pessoas?

Agora, estou aprendendo também a identificar o Zeitgeist (espírito do tempo), identificar as mudanças culturais, o comportamento das pessoas, o movimento do mercado, a forma como o digital está evoluindo, trazer a lente do Zeitgeist pra dentro do meu contexto tem sido um diferencial na hora de pensar e de agir, tem sido bem interessante e quero continuar evoluindo nisso.

Depois cruzo isso com dados concretos: análise SWOT, entendimento do ICP (nosso cliente ideal), e os recursos disponíveis (de tempo, de energia, de pessoas e de dinheiro), a sazonalidade, enfim, são várias camadas, nunca é uma coisa só.

Essa leitura de contexto me impede de decidir por impulso, porque uma boa ideia fora de timing ainda é uma má ideia.

Antes de qualquer decisão, eu olho pra dentro (pra mim) e eu também olho pra fora (pro mundo, para os negócios e para as pessoas).

Essa análise de contexto é o meu ponto de partida, porque nenhuma decisão pode nascer isolada e tudo o que fazemos no Planning precisa conversar com o momento que o mundo e o mercado estão vivendo.

E quando a gente ignora os dados e contexto, acaba insistindo em ideias boas na hora errada.

Análise de contexto não é só pra isso, mas em tudoooo! Não dá pra definir critérios sem analisar o contexto antes, seja num planejamento estratégico, seja numa consultoria, na vida como um todo.

Tudo tem contexto! Não podemos deixar de entendê-lo e considerá-lo.

O contexto muda tudo, lembre-se disso.

2. Missão do Planning

A missão tem sido o meu eixo, ela responde a pergunta mais importante de todas: por que existimos?

Por que o Planning is Cool existe?

A nossa missão é simplificar a gestão de projetos e processos para que empresas e líderes do digital cresçam com mais organização, clareza e consciência.

É isso que a gente faz.

Essa frase tem me guiado todos os dias, ela me lembra que o Planning não existe pra ser mais uma empresa de consultoria, mas pra ser a estrutura que ajuda outras empresas a se estruturarem com o toque da magia da gestão que só a gente vai conseguir fazer do nosso jeitinho, não que ela seja o único ou o melhor (melhor pra que? depende), existem vária outras consultorias, mas ninguém fará como a gente faz assim como a gente não vai fazer o que outros fazem.

Cada pessoa e cada empresa são únicas e tem espaço pra muita gente fazer esse rolê acontecer, o que me importa é encontrar o espaço do Planning e ser o que somos para quem precisa de nós e não o que alguém diz que devemos ser :)

E toda vez que uma ideia surge, eu tô tentando sempre me perguntar:

“Isso ajuda a cumprir nossa missão?”

Essa pergunta tem me poupado de muito desgaste e investimento errado, não é sobre o que eu quero fazer ou o que me chamam pra fazer, é por que a empresa existe e se estamos sendo coerentes com isso.

A missão (pra mim) tem que dar propósito, tem que dar tesão (sem tesão não tem revolução), é o motivo pelo qual o Planning gente existe, é aqui que está a essência do que somos como empresa e o que move nossos corações e intenções.

Todo mundo que atua representando o Planning is Cool precisa estar conectado a isso também, é a nossa razão de existência dentro do papel profissional que cada um(a) de nós escolheu ocupar.

É isso que a gente faz no dia a dia, é o que deve guiar nossas decisões e o que dá base para nossas criações também.

Inclusive pra essa newsletter, ela só existe porque aqui eu busco viver o que está escrito ali. Na consultoria é o que a gente faz, nos cursos é como a gente cria pensando no que será compartilhado.

A cada edição busco trazer isso pra cá e em tudo que faço, perceba.

3. Visão do Planning

Se a missão é o “porquê”, a visão é o pra onde, a visão é o destino que nos orienta, mesmo quando o caminho muda.

A visão do Planning hoje é:

Ser o ponto de virada que transforma o caos em clareza e inspira uma nova forma de liderar e crescer no digital.

Essa visão não é sobre status ou crescimento acelerado é sobre profundidade e legado, ela é s sobre ajudar o mercado digital a amadurecer, levando gestão de projetos e processos, método, sistemas e consciência pra dentro das empresas que movem esse ecossistema.

Nós queremos ser vistos como a empresa que muda algo estrutural e cultural dentro de outras empresas também, impactando a vida de pessoas e deixando um antes x depois do Planning is Cool como você pode assistir nesse case onde um cliente conta o que a gente fez dentro do negócio dele, se você quiser assistir é só clicar aqui.

A visão me obriga a pensar com responsabilidade sobre o futuro: como o Planning quer existir daqui a cinco, dez anos? Que tipo de cultura quero ver crescer dentro das empresas que tocamos?

Ela é o horizonte que mantém a direção firme quando o dia a dia tenta puxar pro curto prazo. E é o lembrete constante de que o que estamos construindo não é passageiro é estrutural.

Quando temos clareza da visão, conseguimos alinhar as decisões do presente aos futuros que queremos construir, sem nos perder na pressa de fazer tudo ao mesmo tempo.

4. Valores do Planning

Os valores são o jeito Planning is Cool de fazer as coisas, são o coração da nossa cultura.

Canvas de cultura do Planning

Eles são a base moral, emocional e operacional da empresa, aquilo que sustenta as decisões mesmo quando o caminho não está claro. Quando o ego quer falar mais alto, quando o mercado muda, quando bate a dúvida... é aqui que eu volto.

Os valores são a bússola que mantém a coerência entre o que a gente acredita e o que a gente entrega.

Hoje, (outubro de 2025) nossos valores são esses:

Não tem nada de valores genéricos “ética”, “lealdade”, “respeito”, “integridade” e coisas que na verdade é o mínimo que deve ser esperado, né? Aqui tem os valores que a gente busca viver, que é o que molda nossa cultura.

Eu escolhi trazer em frases porque acho um saco um monte de palavras soltas sem pé nem cabeça e que não orienta de fato um comportamento no dia a dia. Se valores estão no coração da cultura, são eles que devem ser vividos na empresa, que guiam o jeito de pensar, impactar no jeito de fazer e podem ser usadas por nós, pra trazer a clareza real do que de fato são os valores que nos guiam.

Pra mim, um bom valor:

  • é praticável, não só bonito

  • é lembrável, não um parágrafo cheio de textos ou só palavras soltas ali

  • é específico e traz ação, não genérico (iguais aos exemplos que dei ali em cima)

  • serve como critério de decisão (o que eu tô fazendo no dia a dia está alinhado com nossos valores? meus comportamentos estão refletindo isso?)

São os valores que fazem o Planning ser a empresa com a reputação que ele tem e que eu faço questão de proteger, porque isso impacta diretamente na cultura. E é isso que precisa ser vivido por aqui.

Ou seja, tudo tá conectado :)

5. OKRs

OKRs me provocam a pensar naquilo que verdadeiramente importa, eles me questionam o tempo inteiro mas também me trazem espelho, clareza e me mostram se estou de fato avançando ou não.

“O que pode ser medido, pode ser melhorado”

Peter Drucker

Só que sem registro não tem como medir o progresso, essa frase nunca foi tão viva dentro de mim como tem sido depois que comecei a usar OKRs no Planning em 2025.

No Planning, eles são a forma que encontrei de transformar visão em ritmo. A cada trimestre, reviso os objetivos, traduzo a estratégia em resultados mensuráveis e escolho junto com o time, com consciência, o que realmente importa agora.

Não vou me aprofundar em OKRs aqui porque escrevi uma newsletter falando apenas sobre isso, leia a edição O antídoto para falta de clareza.

6. DRE e DFC

Hoje, o DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) e o DFC (Demonstrativo do Fluxo de Caixa) são parte essencial da minha rotina de decisão, mas confesso que isso nem sempre foi assim.

Por muito tempo, o financeiro do Planning era uma planilha simples com entradas, saídas e um fluxo de caixa básico. Funcional, mas limitado.

Eu entendia o suficiente pra seguir em frente, mas ainda não tinha clareza da profundidade que esses números poderiam me dar.

Foi numa mentoria com o Rafael Mayrink que essa ficha começou a cair. Ele me mostrou, com uma didática muito prática, o poder que esses relatórios têm pra tomada de decisão.

E, a partir dali, com ajuda interna, fomos operacionalizando isso de verdade dentro do Planning.

Hoje, quase dois anos depois, temos um sistema financeiro mais estruturado, com indicadores essenciais e relatórios consistentes que mostram o que está acontecendo de fato.

Antes, eu “ia indo”. Fazia, entregava, crescia mas sem enxergar com tanta clareza o impacto financeiro de cada escolha. Agora, cada decisão é acompanhada por dados, não por achismo. E essa diferença muda tudo.

O DRE e o DFC me ajudam a ver o negócio com os pés no chão e a mente no futuro.

Eles mostram se o que a gente está construindo é sustentável, se o ritmo está saudável, se o esforço está gerando retorno.

E, sinceramente, eu queria ter entendido a importância disso antes. Porque depois que você aprende a usar os números como aliados, nunca mais toma decisão no escuro.

Hoje, eu olho pra eles não por obrigação mas por respeito à empresa que estou construindo.

Eles são o espelho da realidade. E a realidade, quando bem compreendida, dá uma paz que nenhuma projeção traz, mesmo quando os resultados não estão como gostaríamos, porque isso inclusive nos diz que é preciso mudança.

Se é preciso mudança, é preciso estratégia, e daqui eu volto para o ponto 1 e busco conectar todos os 6 pra no final ter uma hipótese mais assertiva.

Porque eu digo hipótese aqui? Porque não temos certezas, quando falamos de um planejamento estratégico temos hipóteses que precisam ser validadas e medidas pra gente saber se é eficiente ou não, se dá lucro ou não.

Com dados, com OKRs e todo o resto essas hipóteses ficam mais assertivas porque não partem de ideias, achismos ou intenções, parte de algo que muitas vezes pode ser desconfortável e por isso tanta empresa ignora:

A verdade.

Quando a gente olha a verdade, ela liberta, por vezes pode assustar e ser um pouco desesperador. Mas aqui eu te pergunto: é melhor encarar a verdade e pensar em como mudar isso ou continuar se iludindo achando que logo as coisas se resolvem?

Que não tenhamos medo da verdade e dos dados, mas que possamos usá-los como aliados, que a gente possa além de ver só dados lembrar também da essência, do que nos move.

Os 6 pontos que citei acima estão todos conectados, tudo converge pra uma coisa só.

Be nice, look twice

Quero terminar essa edição te contando uma breve história sobre uma campanha de trânsito que conheci em San Francisco, chamada “Be Nice, Look Twice” em português, “Seja gentil, olhe duas vezes.”

Conheci essa mensagem em 2020, o mesmo ano em que o Planning is Cool nasceu. Eu e o Rafa estávamos em San Francisco e e depois fomos para o Vale do Silício, uma viagem que, pra mim, foi um sonho nerd realizado.

Algumas fotinhos da viagem :)

Enfim, o ponto é: essa campanha foi criada pra alertar pedestres e motoristas sobre algo muito simples, mas essencial, antes de atravessar ou seguir adiante, pare, respire e olhe de novo. Olhe pro outro lado, olhe pra quem vem, olhe pro que talvez tenha passado despercebido.

“Seja gentil, olhe duas vezes.”

Nada de grandes slogans, nem de promessas revolucionárias só um lembrete humano, mas ler aquilo me atravessou:

Essa semana eu relembrei disso inúmeras vezes, inclusive por isso hoje eu quis compartilhar aqui com você.

A Duda de hoje lembrando dessa campanha, conseguiu de alguma forma conectar isso com o momento atual e relembrar de ser gentil e olhar duas vezes, afinal, é uma decisão de impacto então preciso estar atenta e fazer isso com segurança.

No fundo ela me lembrou nos últimos dias que é sobre pausar antes de agir. Sobre não acelerar por impulso, sobre lembrar que do outro lado de cada decisão há pessoas, caminhos e consequências. E sobre olhar duas vezes (pra mim, pro time, pro mercado) antes de avançar.

No trânsito e nas empresas, os maiores acidentes acontecem quando a gente acha que já olhou o suficiente, já percebeu isso?

Quando a gente acelera porque “já entendeu” ou toma decisões porque “parece certo” ou segue o fluxo porque “todo mundo tá indo pra lá”.

Mas, se tem algo que essa campanha me ensinou, é que olhar uma vez nem sempre é o bastante. Às vezes é preciso olhar de novo e com outra lente, de outro ângulo.

Olhar duas vezes é o que evita atropelos estratégicos e é o que impede a gente de entrar em projetos só pelo entusiasmo.

É o que nos lembra de confirmar os fatos antes de defender uma ideia, de entender o contexto antes de criticar e de ouvir de verdade antes de reagir.

Hoje, toda vez que me sinto tentada a agir no impulso, eu lembro desse banner simples colado numa esquina de San Francisco: “Be nice, look twice.”

E isso me traz de volta pro centro e me lembra que estratégia também é empatia, que decisões melhores começam quando a gente olha de novo e enxerga mais fundo.

Do insight à ação

Depois de ler tudo isso, talvez a sua próxima ação não seja fazer mais mas olhar diferente.

Olhar pra sua empresa com os olhos de quem quer compreender, não só controlar. Olhar pros dados com coragem, não com medo. Olhar pras ideias com critério, não com euforia e olhar pra si com lucidez, não com cobrança.

Porque estratégia não nasce de um plano perfeito, ela nasce da consciência de quem decide.

E se tem algo que 2025 está nos pedindo, é exatamente isso: menos pressa e mais presença.

Então, antes de sair planejando o próximo ano, respira. Recalcula a rota e reveja o que realmente sustenta a sua empresa e o que só consome sua energia.

Ou você vai continuar confundindo esforço com estratégia?

O próximo passo talvez não seja um novo projeto mas sim um novo olhar sobre o que você já tem #ficaDica

Pense sobre isso e be nice, look twice (seja gentil, olhe duas vezes).

Com afeto,

Como você avalia a edição de hoje?

Sua opinião é importante para me ajudar a melhorar nas próximas

Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas.

Reply

or to participate.